Dois senadores norte-americanos, Marsha Blackburn (Partido Republicano – Tennessee) e Richard Blumenthal (Partido Democrata – Connecticut), enviaram uma carta a Mark Zuckerberg, fundador do Facebook e CEO da Meta, solicitando que a empresa desative imediatamente um novo recurso do Instagram que permite exibir, em tempo real, a localização dos usuários.

Segundo os parlamentares, a ferramenta representa um risco significativo para crianças e adolescentes, podendo facilitar a ação de criminosos como pedófilos e traficantes. O recurso, lançado na última semana, atualiza o local do usuário sempre que o aplicativo é aberto ou retomado, exibindo essa informação em um mapa.

Embora a Meta afirme que a função só é ativada com o consentimento do usuário e que a localização é visível apenas para contatos aprovados, alguns relatos indicam que a informação estaria sendo exibida mesmo sem a ativação explícita. Os senadores também criticam a complexidade dos controles parentais da plataforma, afirmando que a configuração confusa prejudica a supervisão eficaz por parte dos pais.

Blackburn e Blumenthal acusam a Meta de priorizar o lucro em detrimento da segurança dos usuários mais jovens e de adotar medidas de proteção apenas quando pressionada pelo Congresso. Eles lembraram ainda que a empresa já foi alvo de críticas por permitir interações inapropriadas entre menores de idade e contas suspeitas, além de não prevenir riscos relacionados a novas ferramentas com inteligência artificial.

Em resposta, a Meta afirmou que o Instagram Map é desativado por padrão e que a localização em tempo real só é compartilhada se o usuário ativar voluntariamente a função.

O debate reacende a pressão sobre a aprovação do Kids Online Safety Act, projeto de lei que busca estabelecer regras mais rígidas de proteção infantil nas redes sociais. A proposta foi aprovada pelo Senado em 2024, mas ainda não passou na Câmara e foi reapresentada neste ano.