Se você já se perguntou por que os aviões são pintados de branco, existem cinco razões principais — e nenhuma delas tem a ver com se camuflar nas nuvens.

Primeiro, a tinta branca reflete a luz do sol, mantendo o interior do avião mais fresco em dias extremamente quentes quando a aeronave está no asfalto. Isso é crucial, pois ajuda a manter uma temperatura mais confortável e economiza energia que seria gasta em refrigeração.

Depois, há a questão do peso. A tinta de tonalidade clara pesa menos do que a tinta de cores escuras. Segundo a empresa de jatos particulares Menkor Aviation, um Boeing 737 precisa de 240 litros de tinta, enquanto um Airbus A380 necessita de 3.600 litros, ou mais de 951 galões. Quanto mais leve for a tinta, melhor será a eficiência de combustível do avião no ar, resultando em custos operacionais mais baixos.

Além disso, a tinta branca mostra desgaste e danos mais facilmente do que outras cores. Rachaduras ou corrosão são muito mais fáceis de identificar em um verniz claro, permitindo que a manutenção detecte e corrija problemas mais rapidamente.

Outro ponto a favor da tinta branca é que ela não desbota tão rapidamente quanto outras cores quando exposta aos raios UV intensos a altitudes de cruzeiro. Isso significa que a necessidade de retoques constantes na pintura exterior do avião é menor.

Por fim, os pássaros conseguem avistar os aviões mais facilmente quando estão pintados de branco. Embora pareça contraditório, o contraste nítido entre o céu azul e a aeronave branca torna o avião mais visível para os pássaros, reduzindo o risco de colisões.

No entanto, os aviões nem sempre foram brancos. Antes da década de 1970, muitas aeronaves voavam sem pintura, aparecendo no céu como cápsulas de alumínio brilhantes. Há cinquenta anos, porém, as companhias aéreas começaram a adotar exteriores brancos, sendo a American Airlines a última a fazer essa transição completa em 2013.

“Desde que a Air France introduziu a primeira pintura ‘Euro-white’ em 1976, a fuselagem toda branca tornou-se cada vez mais padrão para as companhias aéreas do mundo”, disse Shea Oakley, um historiador da aviação, à Travel + Leisure. “Isso só acelerou no século 21, com o uso muito maior de compósitos na construção de aeronaves.”

Uma exceção a esse padrão foi o Concorde da Air France, que foi pintado de azul “Pepsi” em 1996 como parte de uma campanha de marketing com a empresa de refrigerantes. No entanto, o jato manteve essa cor por apenas duas semanas, apesar de ter tido uma boa aparência, conforme relatado por Oakley.