Há exatos 169 anos, em 10 de julho de 1856, nascia o inventor e engenheiro Nikola Tesla, figura central em uma das maiores revoluções tecnológicas da história: a eletrificação do mundo moderno. Conhecido por protagonizar a famosa “Guerra das Correntes” contra Thomas Edison, Tesla foi o responsável por impulsionar o uso da corrente alternada (CA), sistema de transmissão de energia que permanece como base da infraestrutura elétrica global até hoje.

Nascido na vila de Smiljan, no atual território da Croácia — à época parte do Império Austríaco — Tesla cresceu em uma família sérvia tradicional, marcada pela fé ortodoxa e o incentivo à educação. Ainda na infância, despertou interesse pela física e pela eletricidade, temas que o acompanhariam por toda a vida.

Estudante brilhante, Tesla se formou em engenharia mecânica na Politécnica de Graz, na Áustria, onde era reconhecido por sua dedicação e desempenho acadêmico exemplar. Posteriormente, mudou-se para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar na Edison Machine Works, empresa do já famoso Thomas Edison. O encontro entre os dois gênios, no entanto, rapidamente se transformaria em embate.

A Guerra das Correntes

Enquanto Edison defendia a corrente contínua (CC) como padrão para a distribuição de energia elétrica, Tesla acreditava no potencial da corrente alternada — mais eficiente, de longo alcance e com menor perda de energia. Ao aprimorar o sistema de CA criado por Michael Faraday, Tesla deu início a uma disputa técnica, econômica e ideológica que marcaria o final do século XIX.

Em meio a campanhas difamatórias e sabotagens financiadas por Edison, Tesla persistiu. Fundou sua própria empresa — a Tesla Electric Light & Manufacturing — e apresentou invenções revolucionárias, como a bobina de Tesla, capaz de gerar iluminação sem fio por meio de arcos elétricos.

Vitória e legado

Apesar dos obstáculos financeiros e do boicote industrial, a corrente alternada venceu. Sua eficiência energética a tornou viável para alimentar grandes distâncias, o que possibilitou a construção de usinas hidrelétricas e a expansão da rede elétrica em escala continental.

Hoje, a CA é utilizada em indústrias, linhas de transmissão e sistemas complexos como os de espaçonaves. Já a corrente contínua se mantém presente em aparelhos eletrônicos, baterias e sistemas residenciais, formando uma convivência complementar entre as duas tecnologias.

Nikola Tesla faleceu em 1943, nos Estados Unidos, cercado por desafios pessoais e sem reconhecimento à altura de sua genialidade. Nas últimas décadas, contudo, sua memória tem sido resgatada como símbolo da inovação, da ciência visionária e da luta pelo progresso humano. Um legado que, 169 anos depois de seu nascimento, continua iluminando o mundo.