Amcham Brasil e U.S. Chamber pedem diálogo e criticam “tarifaço” dos EUA

A U.S. Chamber of Commerce e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) divulgaram, na noite de terça (15/6), posicionamento a respeito do anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a proposta de aplicação de uma tarifa de 50% às exportações brasileiras, com início previsto para 1º de agosto.

No texto, as duas entidades representativas dos setores empresariais criticam a “imposição dessa medida como resposta a questões políticas mais amplas ” e afirmam que a iniciativa de Trump tem “o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante”. A U.S. Chamber atua nos Estados Unidos. A Amcham é uma entidade sem fins lucrativos sediada no Brasil.

Também na terça-feira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu que empresários estadunidenses fossem interlocutores do Brasil na defesa da reversão do tarifaço.

A nota das duas entidades havia sido publicada originalmente no dia 9 de julho. Ontem, diante da repercussão dos encontros entre o Governo Federal e entidades empresariais brasileiras, decidiram republicá-la.

Leia o pronunciamento das entidades:

“A U.S. Chamber e a Amcham Brasil solicitam aos governos dos Estados Unidos e do Brasil que se engajem em negociações de alto nível a fim de evitar a implementação da tarifa de 50%. A imposição dessa medida como resposta a questões políticas mais amplas tem o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante.

A tarifa proposta de 50% afetaria produtos essenciais às cadeias produtivas e aos consumidores norte-americanos, elevando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade de setores produtivos estratégicos dos Estados Unidos.

Mais de 6.500 pequenas empresas nos Estados Unidos dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3.900 empresas norte-americanas têm investimentos naquele país. O Brasil está entre os dez principais mercados para exportações dos Estados Unidos e é destino, a cada ano, de cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços norte-americanos.

Uma relação comercial estável e produtiva entre as duas maiores economias das Américas beneficia consumidores, sustenta empregos e promove prosperidade em ambos os países. A U.S. Chamber e a Amcham Brasil seguem à disposição para apoiar iniciativas que favoreçam uma solução negociada, pragmática e construtiva — que evite a escalada da atual situação e garanta a continuidade de um comércio bilateral mutuamente vantajoso.”

Agência Gov