Hospitais de Goiânia Enfrentam Colapso Financeiro com Dívidas Milionárias
A crise financeira na saúde pública de Goiânia atingiu um novo patamar, com a dívida da Prefeitura junto a hospitais particulares e filantrópicos ultrapassando R$ 250 milhões, conforme levantamento do Ministério Público de Goiás (MPGO).
Impacto nos Serviços de Saúde
O acúmulo dessa dívida tem resultado no fechamento de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e enfermarias, agravando a situação dos pacientes que aguardam atendimento. A promotora Marlene Nunes, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MPGO, destacou que muitos pacientes permanecem em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por períodos prolongados devido à indisponibilidade de leitos hospitalares.
Hospitais Afetados
Diversas instituições estão enfrentando dificuldades financeiras significativas:
- Santa Casa de Misericórdia de Goiânia: Dívida de aproximadamente R$ 18 milhões.
- Hospital Jacob Facuri: Débito de cerca de R$ 20 milhões, levando à suspensão de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
- Hospital Araújo Jorge: Dívida superior a R$ 30 milhões, comprometendo 70% dos atendimentos oncológicos do Estado.
- Hospital Ortopédico: Débito de R$ 1 milhão.
- Hospital São Judas Tadeu: Dívida de R$ 6 milhões.
Resposta da Prefeitura
Em outubro, o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, afirmou que, ao assumir a pasta, encontrou uma dívida superior a R$ 260 milhões e que teria quitado aproximadamente 70% desse montante. No entanto, essa informação é contestada por tais e profissionais de saúde, que relatam atrasos contínuos
Ações do Ministério Público
Diante da gravidade da situação, o MPGO ingressou com uma ação civil pública para obrigar o município a quitar os débitos com as unidades hospitalares. Uma decisão liminar favorável foi obtida, mas a Prefeitura recorreu, conseguindo suspender temporariamente a liminar. O MPGO continua atuando para reverter essa suspensão e garantir o cumprimento da decisão judicial.
Consequências para a População
A redução no número de leitos disponíveis e a suspensão de atendimentos por parte dos hospitais têm impactado diretamente a população, que enfrenta longas esperas por atendimento e, em alguns casos, a interrupção de tratamentos essenciais. A continuidade dessa situação pode levar ao colapso do sistema de saúde municipal, colocando em risco a vida de milhares de pacientes.
A crise financeira na saúde pública de Goiânia exige medidas urgentes por parte das autoridra regularizar os pagamentos aos hospitais e garantir a continuidade dos serviços essenciais à população.