Aprovação de Lula supera reprovação pela primeira vez em nove meses, aponta pesquisa

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva superou, pela primeira vez em nove meses, os índices de reprovação, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (31) pelo instituto AtlasIntel em parceria com a Bloomberg. O resultado ocorre em meio à crescente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após o governo do presidente Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

Segundo a pesquisa, 50,2% dos brasileiros aprovam a gestão de Lula, ligeiramente acima dos 49,7% registrados duas semanas antes. Já a avaliação do governo como “bom” ou “ótimo” subiu para 46,6%, frente a 43,4% no levantamento anterior. Apesar do avanço, esse percentual ainda está abaixo dos 48,2% que classificam o governo como “ruim” ou “péssimo”.

A melhora na popularidade do presidente ocorre no contexto de atritos com Washington. No início de julho, Trump anunciou um pacote de tarifas contra o Brasil como forma de retaliação pelo que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente julgado sob a acusação de tramar um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.

Embora os Estados Unidos tenham oficializado as tarifas nesta quinta-feira, setores estratégicos como celulose, suco de laranja e aviação foram excluídos da medida. Ainda assim, o governo brasileiro reagiu com firmeza, classificando as sanções como “inaceitáveis” e acusando Trump de agir como um “imperador indesejado”.

A percepção popular pode estar sendo influenciada pelo confronto direto entre os governos, já que as ações de Trump parecem ter fortalecido o apoio interno a Lula, especialmente entre setores mais progressistas.

Na simulação de um novo embate eleitoral, o levantamento mostra que Lula venceria Bolsonaro com 47,8% dos votos, contra 44,2% do ex-presidente — que, mesmo inelegível até 2030, insiste que pode disputar o pleito novamente. Lula, por sua vez, já deu sinais de que cogita a reeleição.

A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg foi realizada com 7.334 brasileiros entre os dias 25 e 28 de julho, com margem de erro de um ponto percentual para mais ou para menos.