Startup israelense vende 200 mil créditos de carbono com tecnologia controversa de captura oceânica

A startup israelense Gigablue anunciou recentemente a venda de 200 mil créditos de carbono, promovendo uma tecnologia inovadora que promete ajudar no combate às mudanças climáticas. O método envolve a liberação de partículas patenteadas no oceano com o objetivo de estimular o crescimento de algas, que absorvem dióxido de carbono (CO₂) e depois afundam, levando o carbono para o fundo do mar.

A tecnologia, no entanto, tem levantado preocupações entre especialistas em clima e oceanografia. Cientistas alegam que faltam evidências sobre a eficácia do método e questionam a transparência da empresa, que ainda não divulgou estudos conclusivos ou a composição exata de suas partículas.

Mesmo diante dessas dúvidas, a Gigablue já garantiu seu maior contrato com a empresa SkiesFifty, voltada para a compensação de emissões da indústria da aviação. A startup afirma que sua solução é acessível e promete capturar até 10 toneladas de CO₂ para cada tonelada de partículas lançadas no mar.

Pesquisadores, no entanto, alertam para os possíveis impactos ambientais, como alterações na teia alimentar marinha e riscos à biodiversidade. O uso de ferro nas partículas, elemento comumente associado à fertilização oceânica, levanta suspeitas de que a prática se aproxime de técnicas já restritas por tratados internacionais.

Apesar das críticas, a Gigablue segue com planos de expansão, com nova expedição agendada para este ano na Nova Zelândia. A empresa sustenta que sua abordagem é segura, natural e que trabalha com o apoio de cientistas de diversas áreas.

A polêmica destaca os desafios de regulamentação e verificação no crescente mercado de créditos de carbono oceânicos, setor que se expande rapidamente, mas ainda carece de normas claras e validações científicas robustas.

Com informações Ap News